Não sei bem a veracidade do que penso.
Pensando bem, a verdade é uma utopia. Há tantas certezas quanto deuses, elas sempre vêm para suprirmos o medo de nos surpreendermos.
Mas de certo tenho dito: Não sei bem a veracidade do que penso. Esta veracidade pouco casa com a verdade, peguei e tornei a verdade objeto ilustrativo! A verdade é uma convenção, já a veracidade uma constatação.
Não é que a mim eu me pareça abstrato, nunca! Tudo que há em mim é concreto como o ar. Até meus sonhos pesam em kg.
Mesmo assim, em algo impalpável transmutou-se minha mente. Eu que quando pensava corroia o universo, quantas vezes apaguei horas em piscares de olhos? Ando transubstanciando!
Ah! Eu me disse que morderia a língua. Eu me disse!
Queria que eu mesmo me visse, visse minha cara!
Eu me disse!
Mas não há motivo para tanto alarde!
Acalma peito descompassado!
Acalmado consigo discorrer sobre temas mais arriscados.
Atenta-te que não direi sobre frivolidades, embora admita que a Palavra usada em seguida anda desvalorizada. Então pega e desvaloriza ainda mais ela, arranca o ranço que lhe conferiram, cria algo novo com tudo que te é respeitável, tira toda a posse que esta palavra conferia. Execremos todas aquelas bocas vomitando acerca dela!
Por fim,
sei que agora amo, aliás, sempre amei, mas hoje digo sem nó verbal.
Amo, porque amar é o mínimo que podemos fazer.
11 comentários:
Bravo!!! =}
Diferente e ainda assim muito bom!
Gostei muito, muito muito mesmo!!!!
Ótimo!!
Ainda preciso ler esse texto umas três vezes, é muita informação! hehehe
A princípio gostei disso "Há tantas certezas quanto deuses"!
Continuo!
;]
escreve o livro com apoio de alguma lei municipal... tem uma galera ganhando uma grana com isso.. hehehe =)
Ei!
Estou chegando pra conhecer
e ja me encanto com uma conversa assim tão boa...
vou ler com mais calma,
conhecer mais do espaço
e volto depois..
ta bem?
Se achar bom passa
no meu espaço,
vou adora!
sabe o que eu mais gosto nos seus textos? a sonoridade.
é uma espécie de rima. a medida que vou lendo, me dá uns estalinhos do peito, que depois chegam à mente: lindo, lindo, lindo! aí me pergunto: mas isso parece com o quê? "com o quê", é a resposta!
adoro quês de vinícius!
=*
Certa feita, para abrir uma série de poemas escrevi:
"Quem sabe essa obra inaugure uma vida desencontrada daquilo que a poesia admira ou ignora..."
O sentimento é mútuo no relativo as palavras "ao ranço que lhe conferiram..." .
Obrigado pela leitura. Dormirei com uma nova palavra: Amor.
Ei que lindo todo texto
mas essa parte...ai ai
"Eu que quando pensava corroia o universo, quantas vezes apaguei horas em piscares de olhos? Ando transubstanciando!""
Adorei que passou la no blog,
tem postagem nova la.
Bjins entre sonhos e delírios
de tudo que já li seu, Vinicius, meu bem, este texto foi o que mais me tocou.
passagens muito sensíveis, olhar aberto e fechado.
está lindo.
up!
Seus textos são bons, muito bons mesmo =)!
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